Dentre tantas questões teologicas que nos separam do Catolicismo Romano, a intercessão dos Santos, é umas dessas questões que causam certas comoções e acalorados debates entre essas duas vertentes do Cristianismo. Nós evangélicos erramos por não conhecemos a profundidade das crenças catolicas e os catolicos por sua vez erram por ignorar as nossas razões e infelizmente entre os menos esclarecidos questões assim sempre desabam do campo doutrinário, para o campo pessoal acabando em ofensas e desentendimentos. É penoso reconhecer que na maioria dos debates assim, pensamos mais em defender o nosso ego como “sábios”, portadores da verdade suprema, do que o compromisso com a doutrina que acreditamos. Então antes de qualquer coisa, gostaria de analisar a crença católica dentro do universo teologico do catolicismo, isso é importante para que tracemos uma linha inteligente e percebamos que muito embora não concordemos com a doutrina, ela tem seus fundamentos, e portanto quem crer nisto não acredita , apenas por acreditar mas embasado em algum arcabouço doutrinario.
Argumento Catolico x argumentos evangélicos
Lendo as escrituras variadas vezes percebemos pessoas intercedendo por outras, isso não carece nem que eu transcreva aqui as passagens bíblicas dado a extensão de vezes que isso ocorre nas Escrituras, esta interecessão encontrada nas escrituras é um do motivos teologicos, citados por teologos catolicos para a crença na interecessão dos santos, porém é necessário perceber que cada vez que esta interecessão é mencionada na Escritura, está mencionada de vivos por vivos, e não de mortos por vivos, fica aqui a primeira diferença sútil da questão.
Mas a teologia catolica, tomando por base a as palavras de Jesus, que disse Deus ser Deus de vivos e não de mortos, chega a conclusão de que a intercessão é possivel mesmo após a morte desses homens, aplicando um sistema de raciocinio que ensina que entre Deus e os homens é apenas Cristo o mediador, mas pode haver mediadores entre Cristo é os homens. – Uma coisa importante de se esclarecer é que quando a bíblia fala de um único mediador entre Deus e os homens esta falando exclusivamente acerca da doutrina da salvação, portanto tal passagem não se aplica aqui, nem ao catolicismo e nem ao protestantismo. Agora um ponto a ser considerado é a natureza da mediação e as qualidades e atributos desses mediadores após sua morte. Queria frisar que quando em vida, Paulo e os demais, não recebiam pedidos de mediação indiretos, os pedidos eram feitos de forma direta, quero dizer com isso que, Paulo não tinha onisciencia para saber o que as pessoas precisam, nem tinham onipresença para estar nos lugares que os cristãos que ele nem conhecia estavam, haja visto que onipresença e onisciencia são atributos exclusivos de Deus. Na atual intercessão catolica a impressão dada é que esses santos de alguma forma passaram a ter estes atributos, pois podem ouvir as orações que lhe são dirigidas em todos os lugares do mundo e podem ouvi-las ao mesmo tempo. Se tal juízo da minha parte for certo, então estamos diante de um problema teologico, quanto a natureza e os atributos exclusivos do Criador, logo atribuir algo que pertence a Deus na sua exclusividade ao ser humano é coloca-lo no mesmo patamar de Deus, ou faze-lo igual a Deus, sendo assim válida a advertencia do livro do Exodo cap. 20.
Um palavra ainda gostaria de dar sobre as intercessões que fazemos pelos nossos irmãos em vida. A intercessão faz parte do mandamento de levarmos as cargas um dos outros, de sentirmos a mesma coisa, de agirmos como corpo, é ainda uma via de mão dupla eu intercedo ( em vida) mas também sou alvo de intercessão.
Em resumo, nós evangélicos não acreditamos na interecessão dos santos pelo simples fato de que, eles não podem exercer e ter atributos que são exclusivos de Deus. ( onisciencia e onipresença )
Rodryguez & Carvalho
Durante os proximos dias estarei escrevendo sobre a Mariolatria e Culto aos Santos, convido você leitor para discorrer comigo, deixe suas considerações, comentarios ou se preferir envienos um texto pelo email rodryguez.pesquisa@gmail.com, todos os textos serão publicados, desde que mantenham o nível de bom senso e civilidade