A palavra evangelho, não é originária do mundo cristão ou judaico, é antes de tudo uma palavra do mundo grego, empregada de forma muito apropriada do grego clássico com o sentido de boa-nova, boa-nova essa que provocava manifestações de um júbilo passageiro, com os conceitos de salvação, alegria e gratidão para com uma divindade pagã.
Uma coisa interessante a se notar neste vocábulo é que quer fosse de uso civil ou teológico, a alegria por ela provocada sempre seria passageira.
Assim como outras palavras da língua a palavra Evangelho (euaggleion) passa por alterações semânticas e adquiri novos significados que transcendem o significado anterior, assim foi com a palavra AGAPE, em um resumo rápido o melhor amor para a melhor pessoa, ou ainda o melhor amor para a pessoa mais honrada no caso de Cesar por exemplo! Logo ágape passa a ser nos autores bíblicos a melhor e mais exaltada expressão do amor não para a melhor pessoa, visto que não há ninguém melhor ou acima de Deus, mas sim para o pecador!
A palavra evangelho agora na pena e mentalidade dos escritores do novo testamento deixa de ser uma boa-nova anunciada por um vidente de um deus pagão, e deixa de ter caráter transitório. o Evangelho agora é algo anunciado pelo próprio Deus que se fez carne, não por videntes ou profetas do mundo Greco-romano, e essa boa-nova não trás em si apenas conceitos de benção temporais como chuvas, curas ou vitória nas guerras, trás um conceito novo de uma modificação do ser humano, um renascimento, uma novidade de vida, um apagar completo dos erros e pecados do passados e um caminhar em Cristo para a vida Eterna. O caminho desse evangelho não começa com a conquista de coisas temporais, mas começa com a a renuncia e com a metanoia, conversão, mudança de mente!
O evangelho do grego clássico, no conceito originalmente usado, é o evangelho das coisas temporais e passageiras e não poderia ser de outra forma, pois em nada o homem pode ser modificado, é um evangelho que “muda” apenas alguns acontecimentos a volta do se humano, mas não é uma palavra que pode mudar a sua própria vida interior! O evangelho de Jesus é o evangelho das coisas eternas, é o evangelho da mudança, da transformação interior, é o evangelho que foi recebido pela Samaritana junto ao poço de Jacó, por Zaqueu um odiado publico, por Maria Madalena, e pelo ladrão condenado de forma justa e crucificado ao lado de Jesus, alias esse último entendeu perfeitamente o evangelho pois alem das coisas temporais viu no Cristo desfigurado da cruz, um Rei e Senhor, pois disse: “lembra-te de mim quando entrares no teu reino”
O evangelho do grego clássico, era recheado com palavra de auto-ajuda, provocantes e confiante. O evangelho de Cristo as vezes consiste em palavras duras, em correções, é um evangelho que mostra o homem quem ele realmente é com todas as suas incapacidades, defeitos e pecados.
Tenho ouvido com frequência um evangelho estranho nas igrejas evangélicas, um evangelho de coisas passageiras, efêmeras, que causa uma euforia coletiva, no momento que é anunciado. mas que não produz frutos dignos de arrependimento.
Assim temos claramente um quadro de Cristãos que se comportam como pagãos, esperando que seu deus lhes faça tudo, barganhando com seu deus, ou mesmo procurando aplaca-ló ou até controla-ló através de seus rituais. Triste é esse quadro, pois em nada ficou diferente do relacionamento entre os deuses mitológicos e seus adoradores.
É tempo ainda, de termos um encontro verdadeiro com a pessoa de Jesus Cristo, e recebermos o seu verdadeiro evangelho, transformador e restaurador, um evangelho que vai além muito além das coisas temporais, um evangelho que com a abundancia ou com a falta dela ainda assim é uma boa-nova pois se refere apenas não a coisas, mas a pessoas, não apenas ao possuir, mas com muita atenção ao ser.
2 Coríntios 4:1-18 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; |
Vivamos o evangelho!
Rodryguez & Carvalho
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