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sábado, 11 de outubro de 2025

Proatividade Pastoral

O Coração do Bom Pastor na Missão da Igreja

No cerne da fé cristã, a figura do pastor evoca imagens de cuidado, guia e proteção. No entanto, em um mundo em constante mudança, a essência dessa vocação muitas vezes se confunde com a gestão e a administração. A reflexão que nos é proposta, e que ecoa na imagem acima, nos convida a revisitar a
proatividade pastoral, contrastando o verdadeiro pastor com o que poderíamos chamar de um "gerente de igreja".

O Pastor e o Gerente: Uma Distinção Crucial

É comum que, na dinâmica eclesiástica moderna, a figura do pastor seja sobrecarregada com responsabilidades administrativas. Em meio a planilhas, reuniões e a busca por eficiência, corre-se o risco de transformar o pastor em um gerente. Um gerente espera que os processos funcionem, que os membros sejam proativos e que as "ovelhas" se mantenham no redil por conta própria. Ele pode até exigir proatividade de obreiros e membros, mas, paradoxalmente, esquece-se de ser proativo em sua própria chamada fundamental: a de buscar e cuidar.
Contudo, a missão da igreja permanece inalterada: levar o evangelho a todos os seres humanos. Essa missão não é passiva; ela exige ação, movimento e, acima de tudo, proatividade. Um pastor que declara não ir atrás de quem se afastou, ou que não se preocupa com os que se perderam, entra em colisão direta com os valores centrais do Reino de Deus.

As Parábolas do Reino: Um Chamado à Busca Ativa

Jesus, em sua sabedoria, nos deixou parábolas que ilustram perfeitamente a natureza proativa do amor divino e a responsabilidade do pastor. Elas nos mostram que o cuidado não é uma espera passiva, mas uma busca incessante.

A Parábola da Ovelha Perdida (Lucas 15:3-7)

Na Parábola das Cem Ovelhas, o pastor, ao perceber a ausência de uma única ovelha, não permanece no aprisco esperando que ela retorne. Ele deixa as noventa e nove em segurança e sai em sua procura até encontrá-la. Ao achá-la, a traz de volta com alegria. Esta parábola é um poderoso lembrete de que cada indivíduo tem um valor imenso aos olhos de Deus e, por extensão, aos olhos de quem exerce a liderança pastoral. Muitas pessoas, como ovelhas, estão se perdendo por falta de orientação, por não terem um pastor que as procure ativamente.

A Parábola da Dracma Perdida (Lucas 15:8-10)

Em seguida, Jesus conta a Parábola da Dracma Perdida. Uma mulher, ao perder uma de suas dez moedas de prata (dracmas), acende uma lâmpada, varre a casa e a procura com cuidado e diligência até encontrá-la. A dracma, embora inanimada, representa o valor intrínseco de cada pessoa. Há membros que, mesmo dentro da "casa" (a igreja), sentem-se desvalorizados, esquecidos, e acabam se perdendo. A proatividade pastoral aqui se manifesta na atenção aos detalhes, no cuidado em valorizar cada um, garantindo que ninguém se sinta uma "moeda perdida" no meio de tantas outras.

A Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32)

Finalmente, a Parábola do Filho Pródigo nos apresenta um pai que, embora não saia em busca do filho que o abandonou, o espera ansiosamente e, ao vê-lo de longe, corre ao seu encontro. Mais do que isso, ele o restitui imediatamente à sua condição de filho, sem hesitação ou condenação. O filho pródigo representa aqueles que tomam decisões erradas, que se afastam para "terras distantes", mas que, no fundo, anseiam por um caminho de volta. A proatividade do pai está na sua vigilância amorosa, na sua prontidão para perdoar e restaurar, e na celebração do retorno. Isso nos ensina que, mesmo quando o afastamento é uma escolha, o amor pastoral deve estar pronto para acolher e reintegrar.

A Proatividade como Expressão do Amor de Cristo

Os tempos podem ter mudado, as abordagens evangelísticas podem ter evoluído, mas o coração da missão da igreja e a essência da vocação pastoral permanecem os mesmos. Ser um pastor, à luz das Escrituras, é ser um imitador de Cristo, o Bom Pastor, que não espera a ovelha perdida encontrar o caminho de casa, mas Ele mesmo toma a iniciativa e sai à procura dela. É valorizar cada dracma, mesmo as que parecem insignificantes. É esperar com amor e restaurar com graça o filho que retorna.
A proatividade pastoral não é uma opção, mas um imperativo do Reino. É a manifestação do amor de Deus que busca, encontra, valoriza e restaura. Que cada pastor e líder na igreja de hoje possa abraçar essa proatividade, lembrando-se que o lugar das ovelhas é no redil, e a responsabilidade de trazê-las de volta é do Bom Pastor e daqueles que seguem seus passos.

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