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segunda-feira, 15 de setembro de 2025

Afastar para aproximar

 

A Necessidade de se Afastar para se Aproximar de Deus


Em nossa jornada de fé, o relacionamento com Deus é o alicerce de tudo. No entanto, ao longo do caminho, somos constantemente confrontados com influências que podem nos desviar desse propósito central. Seja por meio de pessoas, situações ou até mesmo de certas instituições religiosas, o perigo de nos afastarmos da vontade divina é real e exige vigilância. Este artigo explora a importância de identificar e, quando necessário, afastar-se dessas influências para proteger e fortalecer nossa caminhada espiritual. A Bíblia, nossa bússola divina, oferece sabedoria e direção claras sobre como discernir e agir diante desses desafios, garantindo que nossa fé permaneça inabalável e nosso coração, sempre voltado para o Criador.

Pessoas que nos Afastam de Deus

A influência das pessoas em nossas vidas é inegável. Amizades e relacionamentos podem ser fontes de grande bênção e encorajamento espiritual, mas também podem se tornar armadilhas que nos afastam de Deus. A Palavra nos adverte claramente sobre o perigo das más companhias. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Coríntios, declara: "Não vos enganeis. As más companhias corrompem os bons costumes" [1 Coríntios 15:33]. Este versículo é um lembrete poderoso de que o ambiente e as pessoas com quem escolhemos nos associar moldam nosso caráter e nossa conduta. Se estamos constantemente cercados por aqueles que zombam da fé, praticam a injustiça ou vivem de maneira contrária aos princípios divinos, é quase inevitável que nossa própria fé seja abalada e nossos costumes, corrompidos.

Além disso, a Bíblia nos exorta a não nos unirmos em jugo desigual com descrentes. Em 2 Coríntios 6:14, lemos: "Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?" [2 Coríntios 6:14]. Este princípio se aplica não apenas a relacionamentos conjugais, mas a todas as associações profundas que estabelecemos. Quando nossa parceria com alguém nos puxa para longe de Deus, comprometendo nossos valores e nossa devoção, é um sinal claro de que precisamos reavaliar essa conexão. Proteger nosso coração e nossa mente das influências que nos desviam do caminho da retidão é um ato de sabedoria e amor a Deus.

Situações e Comportamentos Mundanos

O mundo em que vivemos está repleto de situações e comportamentos que, embora muitas vezes pareçam inofensivos ou até atraentes, podem sutilmente nos afastar de Deus. A Bíblia nos adverte contra a conformidade com os padrões deste mundo. Romanos 12:2 nos instrui: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" [Romanos 12:2]. Conformar-se com o século significa adotar seus valores, prioridades e estilos de vida que contradizem os princípios divinos. Isso pode se manifestar em uma busca incessante por bens materiais, em entretenimentos que comprometem a moral cristã, ou em uma mentalidade que prioriza o eu em detrimento do próximo e de Deus.

A vigilância é uma ferramenta essencial para resistir a essas tentações. Jesus nos alertou em Mateus 26:41: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca" [Mateus 26:41]. A tentação não é pecado, mas ceder a ela nos afasta da comunhão com Deus. A oração e a vigilância constante sobre nossos pensamentos, palavras e ações são cruciais para mantermos nossa mente e coração alinhados com a vontade de Deus. Marcos 13:33-37 reforça essa necessidade de estar sempre alerta: "Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo... Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa" [Marcos 13:33-37]. A vida cristã exige uma postura ativa de discernimento e resistência contra tudo aquilo que tenta nos desviar do caminho estreito que leva à vida eterna.

Instituições Religiosas e Falsas Doutrinas

Paradoxalmente, até mesmo dentro do contexto religioso, podemos encontrar armadilhas que nos afastam da verdadeira fé. A Bíblia nos adverte sobre o perigo de instituições religiosas que se desviam da sã doutrina e promovem ensinamentos enganosos. O apóstolo Paulo, em 1 Timóteo 4:1, profetiza: "Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios" [1 Timóteo 4:1]. Este versículo serve como um alerta severo para que sejamos cautelosos e discernamos os ensinamentos que recebemos, mesmo que venham de fontes que se autodenominam cristãs.

É fundamental que cada crente se aprofunde nas Escrituras para ser capaz de identificar e resistir a qualquer doutrina que não esteja em conformidade com a Palavra de Deus. Tiago 4:7 nos encoraja: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" [Tiago 4:7]. A resistência ao diabo e às suas artimanhas, que incluem as falsas doutrinas, começa com a submissão a Deus e à Sua verdade. Isso implica em não aceitar cegamente tudo o que é ensinado, mas em examinar tudo à luz da Bíblia, como os bereanos fizeram (Atos 17:11). Se uma instituição religiosa ou um líder espiritual promove ensinamentos que contradizem a essência do Evangelho, que distorcem a pessoa de Cristo, a salvação pela graça ou a autoridade das Escrituras, é imperativo que nos afastemos para proteger nossa fé e nossa alma. A lealdade a Deus e à Sua Palavra deve sempre preceder a lealdade a qualquer organização ou líder humano.

Conclusão

Em suma, a jornada cristã é um caminho de constante discernimento e escolha. A necessidade de nos afastarmos de pessoas, situações e até mesmo instituições religiosas que nos afastam de Deus não é um sinal de fraqueza, mas de sabedoria e compromisso com a nossa fé. Proteger nosso relacionamento com o Criador exige vigilância, coragem e uma profunda dependência da Sua Palavra e do Espírito Santo.

Que possamos, portanto, estar sempre atentos às influências ao nosso redor, avaliando-as à luz das Escrituras. Que a nossa busca seja sempre por aquilo que nos aproxima de Deus, que edifica nossa fé e que nos capacita a viver uma vida que O glorifique. Lembremo-nos das palavras de 1 Pedro 5:8-9: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como um leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resisti-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos de vocês em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos" [1 Pedro 5:8-9]. Que a nossa firmeza na fé nos leve a resistir a toda e qualquer força que tente nos desviar do amor e da verdade de Deus.


                                                                                                            Samuel Carvalho

sábado, 6 de setembro de 2025

O Chamado Desperdiçado

 


Sansão: Um Chamado Grandioso, Uma Vida Desperdiçada

Sansão, uma figura bíblica de força sobre-humana e um chamado divino desde o ventre de sua mãe, é um exemplo contundente de como grandes dons e um propósito elevado podem ser ofuscados por escolhas pessoais equivocadas. Sua história, registrada no livro de Juízes, serve como um alerta atemporal sobre as consequências da desobediência e da busca por satisfação própria em detrimento da vontade de Deus.

O Potencial Inexplorado

Desde o seu nascimento, Sansão foi consagrado como nazireu, separado para o serviço de Deus com a missão específica de começar a libertar Israel das mãos dos filisteus. Dotado de uma força incomparável, ele realizou feitos extraordinários que atestavam o poder de Deus operando através dele. No entanto, essa força física não foi acompanhada por uma força moral e espiritual equivalente. Sansão, repetidamente, ignorou os princípios e as advertências que deveriam guiar sua vida.

A Queda Pessoal: Desprezo aos Ensinamentos e Alianças Perigosas

Um dos aspectos mais trágicos da vida de Sansão foi seu desprezo pelos ensinamentos de seus pais e pelas leis divinas. Ele se deixou levar por suas paixões e desejos carnais, buscando relacionamentos com mulheres filisteias, um povo que Deus havia ordenado que Israel combatesse e não se misturasse. Essa desobediência não era apenas um ato isolado, mas um padrão de comportamento que revelava um coração inclinado à sua própria vontade, e não à de Deus.
Suas escolhas o levaram a se associar com aqueles que ele deveria confrontar. Em vez de ser um instrumento de libertação para seu povo, Sansão se tornou enredado nas tramas de seus inimigos, culminando na traição de Dalila, que o levou à perda de sua força, à cegueira e à humilhação pública. A vida de Sansão é um lembrete doloroso de que o pecado, mesmo em pequenas concessões, tem um custo alto e consequências devastadoras.

O Chamado Desperdiçado

Apesar de seu chamado grandioso e do potencial que Deus havia depositado nele, Sansão não viveu o "melhor de Deus" para sua vida. Ele priorizou seus prazeres e vontades pessoais, falhando em cumprir plenamente o propósito para o qual foi levantado. Sua história nos ensina que dons e talentos, por mais extraordinários que sejam, não garantem uma vida de sucesso espiritual se não forem submetidos à direção divina.
No final, Sansão teve um momento de arrependimento e Deus, em sua infinita misericórdia, usou-o uma última vez para um grande feito. Contudo, a maior parte de sua vida foi marcada por um ciclo de desobediência, arrependimento superficial e novas quedas. Ele poderia ter sido um líder exemplar, um libertador incontestável, mas suas escolhas o levaram a um caminho de tragédia pessoal e um legado de potencial não realizado.

Lições para Nossas Vidas

A história de Sansão nos convida a uma profunda reflexão: estamos usando os dons e talentos que Deus nos deu para cumprir o Seu propósito, ou estamos os desperdiçando em busca de satisfação pessoal? Estamos ouvindo e obedecendo aos ensinamentos divinos, ou estamos nos associando com influências que nos afastam do caminho certo? Que a vida de Sansão nos inspire a viver em plena obediência, buscando o melhor de Deus para nossas vidas e cumprindo o chamado grandioso que Ele tem para cada um de nós.

Não basta te sido chamado e possuir dons extraordinarios, é necessario que haja uma correspondencia interior e uma atitude de santidade para que se possa viver a altura do chamado.

Samuel Carvalho

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Joabe, leal mas nem tanto!

 

Embora rei ungido, ainda sou fraco, e esses filhos de Zeruia são mais fortes do que eu. Que o Senhor retribua ao malfeitor de acordo com as suas más obras!" 2 Samuel 3.39


Poucas figuras são tão intrigantes e contraditórias quanto Joabe, o comandante do exército do Rei Davi. Por décadas, Joabe foi a sombra de Davi, seu braço direito nas batalhas, o executor de suas ordens e, em muitos aspectos, o pilar militar de seu reinado. No entanto, por trás da fachada de lealdade inabalável, residia uma insinceridade profunda e uma ambição implacável que moldaram seu destino e o relacionamento com o rei que ele servia.
Joabe, sobrinho de Davi, era um estrategista militar brilhante, um líder nato e um homem de ação decisiva. Sua capacidade de organização e sua coragem no campo de batalha eram inquestionáveis, e ele foi fundamental para a consolidação do poder de Davi e para a expansão do reino de Israel. No entanto, essas qualidades eram frequentemente ofuscadas por um pragmatismo brutal e uma disposição em cruzar limites morais e éticos para alcançar seus objetivos.

A Complexidade de uma Lealdade Questionável

A insinceridade de Joabe não se manifestava em uma traição aberta, mas sim em uma lealdade condicional, onde seus próprios interesses e sua visão do que era
melhor para o reino se sobrepunham às ordens e desejos de Davi. Essa dualidade é evidente em vários episódios:

O Assassinato de Abner: Vingança Pessoal Acima da Paz

Um dos primeiros e mais marcantes exemplos da natureza implacável de Joabe foi o assassinato de Abner. Abner, comandante do exército de Saul, havia matado Asael, irmão de Joabe, em legítima defesa durante uma perseguição. Posteriormente, Abner buscou a paz com Davi e estava prestes a selar uma aliança que uniria todo o Israel sob o reinado de Davi. No entanto, Joabe, movido por vingança pessoal e talvez por ciúmes da influência que Abner poderia ter sobre Davi, atraiu-o para fora da cidade e o assassinou traiçoeiramente. Este ato não só desrespeitou a autoridade de Davi, que havia feito um pacto com Abner, mas também manchou a reputação de Davi e demonstrou a disposição de Joabe em agir por conta própria, mesmo que isso prejudicasse os planos do rei.

O Assassinato de Absalão: Desobediência Direta ao Rei

Talvez o ato mais chocante de insubordinação de Joabe tenha sido o assassinato de Absalão, filho de Davi. Durante a rebelião de Absalão, Davi havia dado ordens explícitas para que seu filho fosse poupado. No entanto, Joabe, vendo Absalão como uma ameaça contínua à estabilidade do reino e à vida de Davi, ignorou as ordens do rei e matou Absalão. Embora alguns pudessem argumentar que a ação de Joabe foi um ato pragmático para encerrar a rebelião, foi uma clara desobediência à vontade de Davi e uma demonstração de que Joabe se considerava acima das ordens do rei quando acreditava que a situação exigia uma ação drástica.

As Repreensões a Davi: A Falta de Submissão Genuína

Em diversas ocasiões, Joabe não hesitou em repreender Davi, mesmo em momentos de profunda dor pessoal do rei. Após a morte de Absalão, quando Davi estava em luto, Joabe confrontou-o duramente, acusando-o de desmoralizar seus soldados. Embora as palavras de Joabe pudessem ter um fundo de verdade em termos de pragmatismo militar, a forma como ele as proferia e sua constante interferência nas decisões de Davi revelam uma falta de submissão e respeito genuíno pela autoridade do rei. Ele agia como se soubesse o que era melhor para Davi e para o reino, mesmo que isso significasse ir contra as ordens ou sentimentos do rei.

O Apoio a Adonias: A Traição Final

No final da vida de Davi, quando a questão da sucessão ao trono se tornou premente, Joabe demonstrou sua insinceridade final ao apoiar Adonias, outro filho de Davi, na tentativa de usurpar o trono, em vez de Salomão, o sucessor escolhido por Davi e por Deus. Este ato de deslealdade culminou em sua execução por ordem de Salomão, selando o destino de um homem que, apesar de sua grande capacidade e anos de serviço, nunca conseguiu ser verdadeiramente sincero em sua lealdade ao rei Davi.

Conclusão

Joabe é um lembrete vívido de que a competência e a lealdade no campo de batalha não são sinônimos de sinceridade e integridade de caráter. Sua história nos ensina sobre os perigos da ambição desmedida e do pragmatismo que ignora princípios morais. Ele foi um general indispensável para Davi, mas sua insinceridade e sua disposição em agir por conta própria, mesmo contra as ordens do rei, o tornaram uma figura trágica e complexa na narrativa bíblica. Sua vida é um estudo de caso sobre a linha tênue entre a lealdade e a traição, e sobre como as motivações ocultas podem corroer até mesmo os relacionamentos mais duradouros.

Samuel Carvalho

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

A Verdadeira Fé: Além da Letra, No Espírito

Quando a Fé Supera o Conhecimento




No coração da história do Natal, reside um contraste que desafia nossa compreensão de fé e devoção. De um lado, os misteriosos Reis Magos, viajantes de terras distantes, guiados por uma estrela e uma fé inabalável. Do outro, os eruditos sacerdotes e escribas de Jerusalém, guardiões da lei e do conhecimento teológico, mas, ironicamente, cegos para a promessa que se cumpria bem diante de seus olhos. Esta postagem mergulha nessa fascinante dicotomia, revelando como a busca sincera por Cristo transcende a mera erudição e a formalidade religiosa, convidando-nos a refletir sobre o que realmente nos move em nossa jornada espiritual.

Os Reis Magos: Uma Jornada de Fé e Adoração

Quem eram esses "magos"? Figuras enigmáticas, vindas do Oriente, provavelmente astrólogos ou sábios de culturas pagãs. Eles não faziam parte do povo de Israel, não tinham acesso direto às profecias judaicas como os líderes religiosos. No entanto, foram os primeiros a reconhecer a grandiosidade do evento que se desenrolava em Belém. Guiados por um sinal celestial – a estrela – empreenderam uma longa e árdua jornada, movidos por uma convicção profunda de que um rei especial havia nascido.
Sua motivação não era poder ou reconhecimento, mas pura adoração. Ao encontrar o menino Jesus, prostraram-se e ofereceram presentes de valor inestimável: ouro, incenso e mirra. Mais do que meros presentes, eram símbolos proféticos: o ouro para um rei, o incenso para um sacerdote ou divindade, e a mirra, um bálsamo usado em sepultamentos, prefigurando o sacrifício de Cristo. A atitude dos Magos revela uma fé ativa e sacrificial, uma disposição de honrar o recém-nascido Messias com o que tinham de mais precioso, tanto material quanto espiritualmente. Eles nos mostram que a verdadeira busca por Deus muitas vezes começa com um coração aberto e uma disposição para seguir os sinais, mesmo que o caminho seja desconhecido.

Sacerdotes e Escribas: O Perigo do Conhecimento Sem Conexão

Em um contraste gritante com a jornada dos Magos, a postura dos sacerdotes e escribas de Jerusalém serve como um alerta sobre o perigo do conhecimento teológico desprovido de uma relação viva com Deus. Estes eram os guardiões da Lei, os intérpretes das Escrituras, os especialistas nas profecias messiânicas. Quando Herodes os consultou sobre o local de nascimento do Messias, eles prontamente citaram Miqueias 5:2, indicando Belém da Judeia . Eles possuíam o conhecimento exato, a informação precisa sobre onde o Messias nasceria.
No entanto, apesar de todo o seu saber, não houve neles o menor impulso de ir e verificar. Não houve a curiosidade, a fé, a expectativa que moveu os Magos. Sua fé era puramente doutrinária e teórica, desprovida de uma conexão pessoal com as promessas divinas. Eles viviam da letra da Lei, mas não do espírito que a vivifica. A proximidade física com o cumprimento da profecia não os despertou para a realidade da presença de Deus entre eles. A ironia é que aqueles que deveriam ser os primeiros a reconhecer e adorar o Messias, por seu profundo conhecimento das Escrituras, permaneceram em suas posições, presos à formalidade e à tradição, enquanto estrangeiros pagãos vinham de longe para honrar o Rei dos Judeus. Uma lição poderosa sobre como o excesso de teoria pode nos afastar da prática e da verdadeira experiência espiritual.

A Verdadeira Fé: Além da Letra, No Espírito

O contraste entre os Reis Magos e os líderes religiosos de Israel nos oferece uma lição atemporal e poderosa. O conhecimento teológico, por mais profundo e abrangente que seja, é insuficiente se não for acompanhado por uma fé viva e uma disposição genuína para agir. Os sacerdotes e escribas eram mestres da letra, mas falharam miseravelmente em captar o espírito da promessa. Eles tinham a informação na ponta da língua, mas lhes faltava a revelação pessoal, aquela centelha divina que impulsiona à busca, à adoração e à transformação. Sua familiaridade com as Escrituras, em vez de levá-los a Cristo, pareceu torná-los complacentes e até mesmo indiferentes à Sua chegada, uma verdadeira tragédia espiritual.
Os Reis Magos, por outro lado, representam a fé que se manifesta na ação, na busca incansável e na adoração sincera. Eles não possuíam o mesmo arcabouço teológico dos judeus, mas tinham um coração aberto para a verdade e uma sensibilidade aguçada para os sinais divinos. Sua fé não era baseada em um conhecimento prévio detalhado das profecias, mas em uma resposta genuína a um chamado percebido, uma intuição espiritual que os levou a uma jornada extraordinária. Eles nos ensinam que a verdadeira fé não é apenas crer em algo abstrato, mas confiar o suficiente para se mover em direção a esse algo, mesmo que isso signifique sair da zona de conforto, enfrentar o desconhecido e desafiar todas as expectativas.

Conclusão: Um Chamado à Reflexão e à Ação

A história dos Reis Magos e dos líderes religiosos de Jerusalém é um espelho poderoso para os nossos dias. Quantas vezes, em nossa própria jornada de fé, nos apegamos ao conhecimento, à doutrina, à tradição, mas falhamos em cultivar uma relação viva, dinâmica e transformadora com Deus? A verdadeira fé não é um mero acúmulo de informações ou um conjunto de regras a serem seguidas, mas uma jornada contínua de busca, de entrega e de adoração. Ela nos impulsiona a sair do nosso lugar de conforto, a seguir os sinais divinos que se manifestam em nosso cotidiano e a oferecer o nosso melhor ao Rei que nasceu, e que continua a nascer em nossos corações.
Que a história inspiradora dos Reis Magos nos desafie a ir além da letra, a buscar a essência da fé e a nos prostrar diante de Cristo com um coração sincero e dons que expressam nossa verdadeira devoção. Que não sejamos como aqueles que, tendo todo o conhecimento e todas as oportunidades, perderam a chance de encontrar o Messias, mas como aqueles que, mesmo vindo de longe e com pouco conhecimento formal, foram os primeiros a adorar o Salvador do mundo. Que nossa fé seja ativa, curiosa e, acima de tudo, cheia de amor e busca genuína.


Samuel Carvalho

Noemi Errou ao Sair de Belém, e Rute Acertou ao Chegar

  A Lição Dupla de Livro Rute O livro de Rute, pequeno mas poderoso, nos oferece uma das mais belas histórias de lealdade e redenção das Esc...