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sábado, 5 de julho de 2025

Os Escolhidos de Deus vs. os Escolhidos dos Homens: A Quem Temos Ungido?

 



Em nossos ministérios e comunidades, com que frequência nos deparamos com a tarefa de escolher líderes, obreiros e representantes? Naturalmente, nosso instinto humano, treinado pelo mundo, nos leva a procurar os mais qualificados. Buscamos o carisma, a boa oratória, a aparência imponente, o currículo de sucesso. Montamos um "perfil ideal" e tentamos encontrar quem se encaixe nele.

Mas, será que essa é a metodologia de Deus?

A Bíblia nos mostra, repetidamente, que os critérios de Deus são radicalmente diferentes dos nossos. Nós olhamos para a embalagem; Deus sonda o conteúdo. Nós vemos a capacidade; Ele vê a disponibilidade e o coração.

O Engano na Casa de Jessé

Um dos exemplos mais claros dessa verdade está na unção do rei Davi. O profeta Samuel, um dos homens mais íntimos de Deus em sua geração, foi enviado à casa de Jessé para ungir o futuro rei de Israel. Ao ver o primogênito, Eliabe — alto, forte, com a aparência de um guerreiro —, Samuel pensou consigo mesmo: "Certamente está perante o Senhor o seu ungido." (1 Samuel 16:6).

A resposta de Deus a Samuel é uma lição para toda a história da Igreja:

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." (1 Samuel 16:7)

Samuel, o grande profeta, quase se enganou ao usar a lógica humana. Ele foi cativado pela aparência, pelo que os olhos podiam ver. Enquanto isso, o escolhido de Deus não estava nem mesmo na "seleção" inicial. Davi, o mais novo, estava no campo, cuidando das ovelhas — um trabalho humilde, longe dos holofotes. Deus não procurava um rei pronto, mas um coração segundo o d'Ele.

A Lógica Divina da Fraqueza

Essa não é uma história isolada. É um princípio divino. O apóstolo Paulo explica essa lógica de forma poderosa, para que ninguém se orgulhe em sua própria força ou capacidade:

"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Coríntios 1:27-29)

Deus deliberadamente escolhe o "improvável" para que, quando a obra for realizada, ninguém possa aplaudir o instrumento, mas sim a Mão que o utilizou. Quando escolhemos alguém com base em sua própria força, corremos o risco de que a glória seja dividida. Mas quando Deus capacita o fraco, o improvável, o que "não é", a glória é exclusivamente d'Ele.

Um Chamado à Reflexão

Isso nos desafia diretamente:

  • Estamos em nossos ministérios procurando os "Eliabes", aqueles que impressionam à primeira vista, enquanto os "Davis" estão esquecidos no campo?

  • Valorizamos mais um discurso eloquente do que um coração quebrantado e um espírito servo?

  • Desqualificamos pessoas porque não se encaixam em nossos moldes de sucesso, aparência ou influência?

  • Você mesmo se sente desqualificado por olhar para suas fraquezas? Talvez seja exatamente aí que Deus deseja operar.

Que possamos pedir a Deus olhos para ver como Ele vê. Que Ele nos livre de sermos enganados pela aparência e nos dê a sabedoria para discernir os corações que Ele já escolheu. A força do ministério não está na capacidade dos escolhidos, mas no poder Daquele que escolhe.


Samuel Carvalho

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