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segunda-feira, 7 de julho de 2025

Como Vencer as Preocupações



Em um mundo que frequentemente nos impulsiona à ansiedade sobre o futuro, as palavras de Jesus em Mateus 6:25-34 oferecem um poderoso antídoto: a confiança radical na providência e no cuidado de Deus. Vencer as preocupações, segundo os ensinamentos de Cristo, não é um exercício de pensamento positivo, mas uma profunda mudança de foco e de fé.

No cerne do ensinamento de Jesus está a afirmação de que a preocupação é inútil. Ele questiona retoricamente: "Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?". Esta pergunta expõe a futilidade da ansiedade. Ela não resolve os problemas de amanhã, apenas rouba a paz e a força do hoje. A preocupação não pode adicionar um único momento à nossa existência nem alterar as circunstâncias que estão fora do nosso controle.

Para ilustrar Seu ponto, Jesus nos convida a observar a natureza e aprender com ela.

Olhai para as Aves do Céu e os Lírios do Campo

Jesus nos direciona a considerar as aves do céu: "não semeiam, nem colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta". As aves não se angustiam com o que comerão no dia seguinte. Elas vivem no presente, e Deus provê o seu sustento diário. Jesus então faz uma conexão direta conosco: "Vocês não têm muito mais valor do que elas?". Se Deus sustenta as aves, quanto mais cuidará de nós, que somos criados à Sua imagem.

Da mesma forma, Ele aponta para os lírios do campo: "não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles". A beleza natural e sem esforço dos lírios, vestidos por Deus de uma forma que a maior riqueza humana não pode replicar, serve como uma lição. Se Deus dedica tal cuidado à erva do campo, que é tão passageira, "não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?".

Esses exemplos da natureza não são um chamado à inércia ou à preguiça, mas um convite à confiança. Eles nos ensinam que o nosso Pai celestial conhece as nossas necessidades antes mesmo de as expressarmos.

Uma Nova Perspectiva: Buscai Primeiro o Reino de Deus

A solução definitiva de Jesus para a preocupação é uma reordenação de nossas prioridades. Ele nos instrui: "Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6:33).

Vencer a preocupação envolve:

  1. Mudar o Foco: Em vez de focar nas nossas necessidades e medos, devemos focar em Deus, em Seu Reino e em viver uma vida que O agrada. A ansiedade prospera quando nosso foco está em nós mesmos e em nossas circunstâncias incertas. A fé cresce quando nosso foco está em Deus e em Suas promessas fiéis.

  2. Confiar na Providência Diária: Jesus nos ensina a orar pelo "pão nosso de cada dia", não pelo pão para o mês inteiro. A preocupação com o amanhã é um fardo que não fomos feitos para carregar. Deus nos dá a força e a provisão para o dia de hoje. "Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal".

  3. Viver pela Fé, Não pela Incerteza: 

Em resumo, para vencer as preocupações segundo as palavras de Jesus, devemos reconhecer a inutilidade da ansiedade, aprender com o cuidado de Deus demonstrado na criação, e, acima de tudo, buscar ativamente o Reino de Deus e a Sua justiça, confiando que Ele cuidará de todas as nossas necessidades. É uma jornada diária de entregar nossos medos a Ele e escolher a fé em vez do temor.


Samuel Carvalho

sábado, 5 de julho de 2025

Os Escolhidos de Deus vs. os Escolhidos dos Homens: A Quem Temos Ungido?

 



Em nossos ministérios e comunidades, com que frequência nos deparamos com a tarefa de escolher líderes, obreiros e representantes? Naturalmente, nosso instinto humano, treinado pelo mundo, nos leva a procurar os mais qualificados. Buscamos o carisma, a boa oratória, a aparência imponente, o currículo de sucesso. Montamos um "perfil ideal" e tentamos encontrar quem se encaixe nele.

Mas, será que essa é a metodologia de Deus?

A Bíblia nos mostra, repetidamente, que os critérios de Deus são radicalmente diferentes dos nossos. Nós olhamos para a embalagem; Deus sonda o conteúdo. Nós vemos a capacidade; Ele vê a disponibilidade e o coração.

O Engano na Casa de Jessé

Um dos exemplos mais claros dessa verdade está na unção do rei Davi. O profeta Samuel, um dos homens mais íntimos de Deus em sua geração, foi enviado à casa de Jessé para ungir o futuro rei de Israel. Ao ver o primogênito, Eliabe — alto, forte, com a aparência de um guerreiro —, Samuel pensou consigo mesmo: "Certamente está perante o Senhor o seu ungido." (1 Samuel 16:6).

A resposta de Deus a Samuel é uma lição para toda a história da Igreja:

"Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a altura da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração." (1 Samuel 16:7)

Samuel, o grande profeta, quase se enganou ao usar a lógica humana. Ele foi cativado pela aparência, pelo que os olhos podiam ver. Enquanto isso, o escolhido de Deus não estava nem mesmo na "seleção" inicial. Davi, o mais novo, estava no campo, cuidando das ovelhas — um trabalho humilde, longe dos holofotes. Deus não procurava um rei pronto, mas um coração segundo o d'Ele.

A Lógica Divina da Fraqueza

Essa não é uma história isolada. É um princípio divino. O apóstolo Paulo explica essa lógica de forma poderosa, para que ninguém se orgulhe em sua própria força ou capacidade:

"Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes. E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele." (1 Coríntios 1:27-29)

Deus deliberadamente escolhe o "improvável" para que, quando a obra for realizada, ninguém possa aplaudir o instrumento, mas sim a Mão que o utilizou. Quando escolhemos alguém com base em sua própria força, corremos o risco de que a glória seja dividida. Mas quando Deus capacita o fraco, o improvável, o que "não é", a glória é exclusivamente d'Ele.

Um Chamado à Reflexão

Isso nos desafia diretamente:

  • Estamos em nossos ministérios procurando os "Eliabes", aqueles que impressionam à primeira vista, enquanto os "Davis" estão esquecidos no campo?

  • Valorizamos mais um discurso eloquente do que um coração quebrantado e um espírito servo?

  • Desqualificamos pessoas porque não se encaixam em nossos moldes de sucesso, aparência ou influência?

  • Você mesmo se sente desqualificado por olhar para suas fraquezas? Talvez seja exatamente aí que Deus deseja operar.

Que possamos pedir a Deus olhos para ver como Ele vê. Que Ele nos livre de sermos enganados pela aparência e nos dê a sabedoria para discernir os corações que Ele já escolheu. A força do ministério não está na capacidade dos escolhidos, mas no poder Daquele que escolhe.


Samuel Carvalho

sexta-feira, 4 de julho de 2025

A Sabedoria Silenciosa de Eliú: Uma Voz de Equilíbrio na Provação de Jó


Em meio à angustiante narrativa de Jó, marcada por dor, perplexidade e conselhos equivocados, emerge uma figura singular e muitas vezes subestimada: Eliú. Mais jovem que os demais amigos que se apressaram em julgar, ele personifica a sabedoria que sabe esperar, a coragem que repreende com retidão e o equilíbrio que aponta para uma compreensão mais profunda do sofrimento e da justiça divina.

Eliú, cujo nome significa "Ele é meu Deus", permaneceu em silêncio durante os longos e ásperos debates entre Jó e seus três amigos, Elifaz, Bildade e Zofar. Ele demonstrou um respeito notável por seus mais velhos, ouvindo atentamente cada argumento. No entanto, sua paciência não era sinônimo de concordância. Pelo contrário, seu silêncio foi um período de discernimento, no qual percebeu a falha fundamental nas palavras dos consoladores de Jó.

Quando finalmente se pronuncia, a partir do capítulo 32 do Livro de Jó, sua ira se acende não apenas contra Jó, por sua autojustificação, mas também contra os três amigos, "porque, não achando eles o que responder, todavia condenavam a Jó" (Jó 32:3). Eliú repreendeu-os por suas acusações simplistas e cruéis, que associavam diretamente o sofrimento de Jó a um pecado oculto. Ele rompeu com a teologia da retribuição estrita que eles defendiam, introduzindo uma perspectiva mais nuançada.

A sabedoria de Eliú não se baseava na idade, mas, como ele mesmo declara, no "espírito no homem, e a inspiração do Todo-Poderoso o faz entendido" (Jó 32:8). Ele argumentou que o sofrimento poderia ser uma forma de disciplina e instrução divina, um meio pelo qual Deus fala aos seres humanos para livrá-los da soberba e aproximá-los de Si. "Deus fala de um modo, e ainda de outro, se o homem não o percebe", afirma Eliú, sugerindo que as provações podem ser um canal de comunicação divina (Jó 33:14).

Diferentemente dos outros amigos, Eliú não se concentrou em acusar Jó de pecados passados. Em vez disso, com um tom mais equilibrado, ele corrigiu a atitude de Jó em sua provação. Ele apontou que, em sua dor, Jó havia se tornado justo a seus próprios olhos, a ponto de questionar a justiça do próprio Deus. Com firmeza, mas sem a dureza dos outros, Eliú defendeu a soberania e a retidão de Deus, lembrando a Jó da incomensurável grandeza do Criador.

A intervenção de Eliú representa um ponto de virada no livro. Ele prepara o caminho para a manifestação do próprio Deus, que fala a Jó a partir de um redemoinho. Suas palavras, embora não isentas de falhas aos olhos de algumas interpretações, oferecem uma teologia mais sofisticada e compassiva do que a de seus predecessores no diálogo.

A figura de Eliú nos deixa uma lição atemporal sobre a importância da escuta paciente, do discernimento espiritual e da coragem de falar a verdade com equilíbrio, mesmo quando se é o mais jovem ou o menos experiente. Ele nos ensina que a verdadeira sabedoria não reside na pressa em julgar, mas na busca humilde por uma compreensão mais profunda dos caminhos de Deus, especialmente nos momentos de maior aflição.

Afinal  é necessário procurar compreender antes de julgar.


Samuel Carvalho

quinta-feira, 3 de julho de 2025

A Arma Secreta do Inimigo: Como a Tentação Sexual Derrubou Gigantes da Fé



Em uma guerra espiritual invisível, uma das armas mais potentes e secretas utilizadas para derrubar homens e mulheres de Deus é a tentação sexual. O adultério, a prostituição e os relacionamentos que não honram a Deus têm sido, ao longo da história, um laço eficaz para desviar, corromper e aniquilar propósitos divinos. A Bíblia, em sua sabedoria atemporal, nos apresenta exemplos contundentes de como essa arma foi usada para abalar até mesmo os mais fortes, mas também nos mostra o caminho da vitória através da resistência.

Davi: Um Reinado Manchado pelo Adultério

O Rei Davi, conhecido como um homem segundo o coração de Deus, viu seu reinado e sua família serem mergulhados em uma espiral de tragédias após ceder ao adultério com Bate-Seba. Aquele que havia derrotado o gigante Golias foi vencido por um desejo ilícito. O pecado, que começou com um olhar cobiçoso, levou-o a orquestrar a morte de um de seus mais leais soldados, Urias. Como consequência, a espada nunca mais se apartou de sua casa, e ele colheu a dor da perda de seu filho e a rebelião dentro de seu próprio lar. Embora tenha encontrado o perdão de Deus após um profundo arrependimento, as cicatrizes de sua queda marcaram para sempre sua história.

Salomão: A Sabedoria Corrompida pela Paixão

Salomão, o homem mais sábio que já existiu, detentor de uma riqueza e glória inigualáveis, permitiu que seu coração fosse desviado por suas muitas mulheres pagãs. O que começou como alianças políticas através de casamentos se transformou em idolatria. Suas esposas o influenciaram a construir altares para deuses estranhos, corrompendo sua fé e desviando seu foco do Deus de Israel, que lhe havia concedido toda a sua sabedoria. O resultado foi a divisão do reino após sua morte, uma consequência direta de ter permitido que relacionamentos proibidos o afastassem de sua devoção.

Sansão: O Fim Precoce de um Ministério Poderoso

Dotado de uma força sobrenatural concedida por Deus, Sansão tinha um chamado para libertar seu povo do domínio filisteu. No entanto, sua fraqueza por mulheres estrangeiras, culminando em seu relacionamento com Dalila, selou seu destino trágico. A sedução e a insistência de Dalila o levaram a revelar o segredo de sua força, quebrando seu voto com Deus. Ele foi capturado, humilhado, teve seus olhos vazados e terminou seus dias como um prisioneiro. Seu ministério, que começou com um poder extraordinário, teve um fim precoce e sombrio por não resistir aos apelos da carne.

José do Egito: O Triunfo da Fidelidade

Em contrapartida, a história de José no Egito nos oferece um poderoso exemplo de resistência e vitória. Vendido como escravo, ele se destacou pela sua integridade e a bênção de Deus em sua vida. Quando a esposa de Potifar, seu senhor, o assediou repetidamente, José se manteve firme. Sua resposta ecoa através dos séculos como um brado de fidelidade: "Como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?".

José pagou um preço alto por sua pureza, sendo injustamente lançado na prisão. Contudo, mesmo na escuridão da masmorra, Deus estava com ele. Sua fidelidade nos momentos de tentação o qualificou para um propósito ainda maior. Da prisão, ele foi exaltado à posição de governador de todo o Egito, salvando nações da fome e cumprindo plenamente a missão para a qual Deus o havia destinado. José não cedeu aos apelos da carne e, por isso, triunfou em todos os aspectos de sua vida e propósito.

A mensagem é clara: a tentação sexual é uma armadilha real e perigosa. Davi, Salomão e Sansão nos servem como um alerta solene sobre as consequências devastadoras de ceder a ela. José, por outro lado, é o nosso modelo de esperança, provando que, embora a pressão seja intensa e o custo da fidelidade possa parecer alto a curto prazo, a recompensa de honrar a Deus é uma vitória completa e duradoura. Que possamos aprender com esses exemplos e escolher o caminho da pureza e da resistência, para que não sejamos derrubados pela arma secreta do inimigo.


Samuel Carvalho

A Descoberta do Livro da Lei

  Um Marco na História de Israel Imagine a cena: o Templo de Jerusalém, um local sagrado para o povo de Israel, estava em ruínas e precisava...