Quem Sou


Samuel Rodrigues , servindo a Deus na Igreja Assembleia de Deus, Min Madureira em Ribeirão Preto, casado com Cleide Rodrigues, Pregador da Palavra, Professor de Teologia, Blogueiro, Coordenador de Projetos de Pesquisa, contato pelo Whatsapp. ou se preferir ligue para 55 16 994542319

sábado, 12 de setembro de 2009

A Sedução do Poder

Meu desejo humano de ser reconhecido como grande, algumas vezes supera meu chamado para ser um servo nas ruas da minha cidade. (C. Gene Wilkes).


Saul como rei tinha o poder, mas com um espírito e alma enfraquecidos. Davi, porém, não tinha o poder, mas tinha a grandeza no espírito e na alma.


Um líder que tem o poder, mas não possui a grandeza do espírito e da alma, é um líder que se serve do poder. Usa o poder em beneficio próprio, em detrimento das pessoas que lhe outorgaram o poder. Daí a idéia de que este poder foi conquistado, por isso os que conseguem a posição de poder, subestimam os que não a tem.

Perdemos esse modelo básico de grandeza em nossa cultura centrada na personalidade. A grandeza parece pertencer aos construtores e aos influentes. A grandeza é equiparada ao reconhecimento do nome do indivíduo e de sua posição social. As igrejas e as organizações não-lucrativas se tornaram muito parecidas com o mundo nesse aspecto. Entregamos certificados de grandeza aos que constroem a maior organização ou aos que reúnem o maior numero de pessoas num fim de semana. Damos honra aos que se sentam em lugares de poder. Esquecemos que a grandeza entre o povo de Deus começa com serviço, e serviço implica em trabalho, sem esperar elogios .

Todo o poder que tem caráter de conquista é sedutor, pode levar a pessoa a essa fraqueza moral, psicológica de achar que por ter o poder ele é maior do que os outros. Quem assim pensa com certeza é mais pobre, pois conquistou mais fora de si do que dentro de si.
O mundo está repleto de homens que conseguiram êxito, só que não conseguiram ser eles próprios. Diria que essas pessoas são escravas do poder porque no dia em que deixarem o poder, também deixarão de ser o que demonstram ser. Esse tipo de líder com fraqueza de espírito e alma é um líder inseguro, desconfiado, temeroso etc. Se sente ameaçado quando juntos deles surgem pessoas que sem o poder demonstram grandeza de espírito. Creio que a maioria daqueles que buscam o poder, detém o poder. Este estado do espírito fragilizado leva ao pecado do orgulho, da autonomia.
Outros têm alimentado os escândalos de corrupção moral, sexual e financeira. Diz o provérbio popular que o poder corrompe, entendemos também que muitos líderes já entram na busca do poder com a alma e o espírito corrompidos, pois têm o desejo carnal e maligno de usarem o poder em seu favor.

Os líderes em todos os setores dos negócios e da educação continuam desejando a liderança e não se importam de afastar outros para obter essas posições. Segundo nossa sociedade orientada para o sucesso, maior é melhor e mais perto do topo significa realmente mais perto do topo .

Essa postura pode ser resultado do tipo de teologia com a qual alimentamos a nossa reflexão. Jesus disse: “mas recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, então sereis minhas testemunhas” (At.1.8). Receber o poder para ser. O poder que Deus prometeu nas Escrituras é poder para servir e não se servir dele. Todo o poder que recebemos é poder para servir.
Uma coisa que tem seduzido o nosso cristianismo hoje, ou talvez a maior sedução do cristianismo hoje é o desejo de poder. Alguém disse que a maior droga do mundo é o sucesso e não a cocaína. A cocaína é uma droga química, mas o sucesso é uma droga psicológica e emocional. Daí que bebemos desta corrente filosófica e a nossa teologia está embriagada. Temos a teologia do poder e do triunfalismo.
Queremos ter a maior igreja, quando não conseguimos cuidar dos nossos irmãos na fé.
Queremos conquistar em Deus, em vez de sermos conquistados por ele.
Queremos demonstrar poder às pessoas em vez de servir às pessoas.
Queremos ser ouvidos, em vez de ouvirmos as pessoas.
Demonstramos ser fortes em vez de demonstrarmos fraqueza.
Queremos ser observados em vez de olharmos para o mundo.
Queremos ensinar em vez de aprender.
Queremos receber em vez de darmos aos que não têm.
Queremos conhecer os outros em vez de nos conhecermos. Por isso nos tornamos uma religião de poder e não de serviço.
Porque sempre que quisermos ser forte alguém terá que ser fraco.
Sempre que quisermos receber alguém terá que dar.
Sempre que quisermos o poder alguém terá que nos servir.
Sempre que quisermos falar alguém terá que nos ouvir.
Sempre que quisermos ensinar alguém terá que aprender.

Paulo escrevendo para os cristãos em Filipos disse: De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai. (Fp.2.5 –11).

Paulo nos apresenta o exemplo da liderança de Jesus que começa pelo serviço e não pelo ser servido. Humilhar-se e não ser exaltado.

Como Senhor de tudo Ele poderia ter se mostrado superior a nós e exigido obediência cega. Em vez disso, serviu-nos, ensinando-nos a verdade e como viver de acordo com ela. Ele nos serviu em nossa incompreensão, em nosso egoísmo e em nossa fraqueza. Viu o que precisávamos e nos ajudou. Sabia onde precisávamos estar e nos levou para lá, com grande amor e respeito por nós .


A liderança servil no Reino não significa buscar posição e poder, mas seguir, em seu serviço e sofrimento pelos outros. Os líderes servos seguem a Jesus e, antes de tudo, fazem o que Ele diz, em qualquer contexto em que se encontrem. A liderança servil pode exigir beber o cálice e ser batizado com o batismo do sofrimento de Cristo .


Jesus Cristo sendo Deus se fez homem. Sendo homem se fez servo. Sendo servo foi obediente até a morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou acima de todo o nome.
Portanto, qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. (Lc 14.4). Tanto humilhar-se, quanto exaltar-se, o primeiro passo deve ser do homem e o segundo de Deus. Para se humilhar é preciso um espírito e alma que viva essa grandeza espiritual que se revela na fraqueza. Paulo disse: “quando estou fraco então é sou forte. Porque posso todas as coisas naquele que me fortalece”.

Extraido do Livro: "Conflitos de Liderança Saul e Davi Hoje".
Editora Betânia

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