Quem Sou


Samuel Rodrigues , servindo a Deus na Igreja Assembleia de Deus, Min Madureira em Ribeirão Preto, casado com Cleide Rodrigues, Pregador da Palavra, Professor de Teologia, Blogueiro, Coordenador de Projetos de Pesquisa, contato pelo Whatsapp. ou se preferir ligue para 55 16 994542319

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Maravilhosa Graça

 

Cada dia eu acordo e vejo em minha vida como são maravilhosas, as coisas que Deus vem realizando ao longo do tempo, no transcorrer dos acontecimentos. Penso comigo mesmo: “Quem poderei imaginar que cheguei até aqui?”  - Quem que tendo conhecido o velho homem, poderia imaginar uma transformação desta magnitude que ocorreu em minha vida? Muitos foram os percalços na caminho, muitas quedas, idas e vindas, muitas tentativas sem sucesso! Muito pecado, muitos erros, enfim de tudo o que há de negativo MUITO!

Muitas sentenças dadas, por aqueles que se julgam os “homens de Deus” – muitas sentenças dadas pelos homens deste século. Glória a Deus! Para cada sentença uma anulação, para cada julgamento uma defesa, daquele que por mim morreu. Para cada penalidade o Perdão, daquele que entregou no madeiro o seu único filho por amor de mim.

Não sei explicar esse mistério da graça divina, não sei nem ao menos descrever como que ele age e interage na minha vida, seu apenas que por este Amor fui atingido, e por ele sou mantido. 

Um dia pensei que sendo forte e agindo de forma meritória, alcançaria o favor do Senhor, mas fui justamente na minha maior fraqueza e no meu maior pecado que ele me alcançou. Pensava eu que o Rei do Universo o Senhor de toda a Terra, dada a sua Santidade, não entraria no antro de perdição e lixo em que eu um dia estive, mas para surpresa minha Ele entrou e me resgatou!

“Amazing Grace”! – como esse hino me faz sentido.

Olho para minha frente, e não sei ainda que caminhos trilharei, o que está preparado para mim na terra dos viventes, porém sei que no porvir tenho uma herança com Cristo, tendo meu nome arrolado no livro da vida.

Cristo é em mim a esperança da Glória!

 

 

 

Rodryguez&Carvalho

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O que aprendi nas minhas viagens.

Plagiando Fernando Pessoa, “viajar é preciso” , principalmente no meu ramo profissional. Mas viajar também é preciso, no âmbito espiritual. Muitos são os exemplos de peregrinações e retiros que alguns homens de Deus fizeram ao longo da história bíblica, uns por pouco tempo, como Elias na caverna, outros por 40 anos como Moisés nas terras de Midiam, Paulo pelos desertos da Arábia entre outros.

Reflexões, meditações e aprendizados vão surgindo ao longo desses “retiros” são momentos em que percebemos a fragilidade da vida humana, e sua total dependência de Deus, reflexão esta, que se torna possível quando estamos longe da proteção de nosso lar, dos nossos entes queridos, da nossa zona de conforto.

Há, não se assustem não farei o caminho de Santiago de Compostela! – Quero apenas dizer, como um viajante que sou por força da profissão, que muitas vezes me encontro longe da minha família, da minha Igreja, da minha zona de conforto. E são nesses momentos em minha mente fica mais aguçada para raciocinar e meditar nas coisas espirituais. Apenas a titulo de esclarecimento não estou aqui lançando a  “Teologia do peregrino”, estou apenas querendo compartilhar com você minhas experiências e vivencia nos lugares por onde eu passo.

Então vamos lá… a minha, a sua ou as nossas viagens…

Sai de minha cidade, Ribeirão Preto – SP esses mês de outubro com destino a Florianópolis – SC, com a meta de depois fazer alguns projetos pela região do vale do Itajaí. Na ilha de Florianópolis fiquei congregando com os irmãos da Assembleia de Deus em Rio Tavares, três coisas muito importantes me chamaram a atenção, duas delas foram, digamos, didáticas e a terceira pratica.

Ouvi um irmão pregando e dizendo que,  na sua vida de agricultor e cultivador de melancias muitas vezes, algumas pessoas, vindo de suas festas e beberagens furtavam algumas melancias afim de amenizarem suas ressacas, e que também outras vezes suas melancias eram danificadas por pica-paus. Ele comparou a melancia com  as almas dos homens que o inimigo tem sede em destruí-las e o pica-pau ao pecado que aos poucos vai “bicando” e destruindo a vida humana, era um culto de missões, e ele falava da nossa missão de pregar a Cristo para que as pessoas não fossem mais arrebatadas pelo inimigo e nem corrompidas pelo pecado.

Outro em outro culto, visto que na ilha tem várias colônias de pescadores, em culto de ensino, falando sobre o pecado, disse que o peixe não morre pela boca, e sim pelos olhos, pois ele é traído pela isca que vê…

Simples né? Você talvez me indague e me diga, o que isso tem demais?

Bom, para começar, percebi que as grandes doutrinas do evangelho estavam vivas no dia a dia dessas pessoas, sendo elas capazes de identifica-las e aplica-las aos pormenores, mesmos que simples de suas vidas,  me relembrei que Jesus também usava palavras simples para explicar os mistérios do reino dos Céus, e me alegrei pois o mais simples dos homens pode compreender a mensagem do evangelho e ser salvo! O evangelho não é algo para ser “teologizado” e sim para ser vivido, é mais do que um compendio de doutrinas, dogmas e normas, é antes de tudo um modo de vida, ser alguém preferir ser mais rebuscado um “modus vivendi”!

A terceira coisa, foi que nessa simplicidade toda, presenciei a libertação de um jovem, que até então estava preso aos seus vícios, um dependente químico. Que simplesmente pegou a sua “droga” e jogou fora… resolvendo trilhar um novo caminho… do nada sem ninguém falar nada, apenas ouvindo a verdade que liberta, de forma simples, peço a Deus, usando as parábolas de meus irmãos da ilha que essa melancia seja agora protegida pelo AGRICULTOR e que o pica-pau não tenha mais poder de bica-lo como fazia antes…. Peço também que este peixe que caiu na rede do Senhor, não seja de forma alguma lançado para fora.

Até a próxima viagem….

 

Rodryguez & Carvalho

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Vida Com Deus.

Um irmão, conhecido de nossa igreja, foi acometido por um AVC, e esteve internado em coma por uns oito dias, milagrosamente saiu do coma, venceu o AVC, e não apresentou nenhuma sequela! – Canta e louva ao Senhor com toda a alegria da sua vida, sabedor que, foi por uma intervenção divina que sua vida terrena foi preservada, é lindo vê-lo com seu acordeom nos cultos, louvando ao Senhor com hinos tradicionais. Não conseguirei aqui, descrever a grande alegria que ele transmite quando canta, a forma como que esses hinos por ele entoados vão direto ao nosso coração e forma de como esse irmão vai testemunhando  Jesus em sua carreira Cristã. Escuto , vejo o testemunho vivo, me alegro e vou dando glórias a Deus.

 

Um outro irmão, também conhecido em nossa Igreja, esteve por alguns dias internado, acometido por um câncer, que foi lhe consumindo o intestino, a Igreja em oração, a família ansiosa, esperando uma intervenção divina – Mas este nosso irmão, veio a falecer, agora oramos por uma intervenção divina, na família enlutada, para que seus coração possam ser animados pelo Senhor, que um dia nos congregará de novo em uma só grei – Contou-nos a viúva de nosso tão querido irmão que nesta ultima semana, ele sofria com terríveis dores sendo com frequência medicado pelos enfermeiros afim de que sua dor fosse amenizada, e mesmo em meio a isso tudo, quando lhe perguntavam se ele estava bem, ele assim respondia: “ Não se preocupem, pois Jesus está comigo, Ele prometeu não me abandonar! – E foi com essa convicção que nosso agora saudoso irmão resistiu a uma semana de dor e sofrimento que antecederam a sua partida! – Outro testemunho vivo, de um homem que acabou a sua carreira e guardou a sua fé, da mesma forma vou dando glorias a Deus!

Quisera eu que em todos os momentos da minha vida, meu Senhor pudesse ser glorificado! Nas minhas vitórias por ele concedidas como também no dia mal, dia da adversidade, dia de ficar escondido em seu pavilhão!

Do meu nascimento, ou melhor do meu novo nascimento, até o dia da minha partida que minha vida seja para louvor e glória daquele que vive para Sempre! – Que nas minhas lutas, o mundo possa olhar e ver a minha fé, que seja uma fé que vai além das circunstancias e que não se mede pelos acontecimentos temporais, porque é uma fé que mira a eternidade!

Que nas minhas vitórias, curas e intervenções de Deus na minha existência, também o mundo veja em mim não momento, mais sim um vislumbre da eternidade, do momento final, escatológico, onde não haverá mais a dor, nem choro, morte ou tristeza e entenda nisso o poder restaurador da cruz de Cristo, no homem pecador.

Ser cristão, usando agora as palavras do meu pastor local, é muito mais que aparência, usos e costumes, bíblia debaixo do braço, presença marcada religiosamente em cada culto, ser cristão é ter um compromisso eterno com Cristo, em cada embate, cada lance desta vida e quando tudo se acabar ou por ocasião da sua vinda ou de nossa partida, ter a certeza de fé que reinaremos com Ele, por toda a eternidade.

Esses dias foram dias para alguns, de paradoxos: Uns louvando a Deus pela cura e outros louvando a Deus pelo exemplo de fé, daquele que partiu dando testemunho da vocação Cristã.

Para mim são dias de reflexão, tenho me questionado a cada dia sobre a real natureza da minha fé, sobre a forma como estou servindo a Deus, se minha vida tem sido ou não uma vida que o glorifica em tudo, sobre meu chamado e vocação. Usando de novo as palavras do meu pastor: Que exemplos deixaremos em nossa breve passagem pela vida terrena?

Estes dois irmãos cada um ao seu tempo já estão na minha memoria, como exemplos, que procurarei incorporar a minha percepção de cristão.

Vou assim vivendo de glória em glória, sabendo que :

 

A nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação,não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas. II Corintos 4

 

 

Rodryguez & Carvalho.

sábado, 24 de setembro de 2011

O Valor das Escrituras

Olá amigos, pois é estive viajando esses dias e sem tempo para continuar compartilhando com vocês meus pensamentos e reflexões mas estou aqui de volta, e como não pode deixar de ser em cada lugar que passo vou meditando nas verdades bíblicas, vendo, aprendendo e refletindo.

Esses dias um fato curioso me deixou pensativo e me fez refletir muito, em minha cidade existe uma biblioteca que foi fundada por um padre, com ótimos volumes tanto seculares quanto teológicos, Tomas de Aquino, Agostinho, entre outros estão entre esses volumes preciosos da cristandade, e claro por ser tratar de uma biblioteca geral e não teológica, existem muitos volumes de vários pensadores desde Karl Marx, Engels, Gandhi e por ai vai enfim uma biblioteca!

Mas o curioso para mim foi que, no dia em que estava lá tinha um certo senhor cheio de conhecimento, dando uma verdadeira aula, sobre nova era, reencarnação, vida em outros mundos, exaltando o auto conhecimento e as obras como meios salvificos, desmisticando Cristo, de Deus para um avatar.

Mas a curiosidade não para ai, claro que sei que lá o espaço não é religioso, nem denominacional, é um lugar de cultura e ideias. É costume desta biblioteca, volta e meia dispor de alguns volumes em uma mesa no hall de entrada, volumes que não farão mais parte, por algum motivo do acervo, e ficam a disposição de quem os quiser adquirir é so pegar e levar embora.

Pois é, lá estava nesta mesa vários volumes de uma versão da Vulgata, para o português, do ano de 1965, copyright de Fratelli Fabbri Editori, Milão, Itália, e em língua portuguesa da Editora Abril. – rica em detalhes, explicações de hebraísmos e locuções gregas e comentários bíblicos excelentes . Que tristeza pensei, enquanto lá dentro um verdadeiro debate sobre uma religiosidade alheia a fé cristã se desenrolava, com muita atenção e um verdadeiro “amem” de quem assistia, lá fora uma preciosidade jogada por assim dizer fora!

Fiquei pensando no fundador, mesmo não partilhando das mesmas convicções religiosas que ele, sei que ele fez uma grande trabalho sei também que ele mesmo doou praticamente todo o seu acervo, para esta biblioteca, fiquei pensando nesta geração que se dizendo Cristã tem deixado de lado a palavra de Deus, indo após doutrinas estranhas. O que este Padre que fundou a biblioteca sentiria, vendo está versão da vulgata sendo assim, digamos, dispensada?

Também não pude deixar de pensar, que a bíblia vem sendo substituída em muitos púlpitos evangélicos, por livros de auto- ajuda, por doutrinas de homens, que cada dia mais estão como previa as escrituras dando ouvido a espíritos enganadores.

Uma vez a muitos anos ganhei de uma família judia da cidade de São Paulo, um pergaminho em hebraico, coisa de família datando quase 200 anos,  contendo o livro de gênesis, jogado estava uma bíblia versão almeida da época do império brasileiro,  com um português que hoje está arcaico, que também para seu possuidor nenhum valor tinha, e agora claro  eu não iria deixar passar esta oportunidade, peguei todos os volumes de uma vez só, e agora estão fazendo parte do meu pequeno acervo.

 

Que Deus tenha misericórdia de nós cristãos e nos ensine o caminho de volta ao valor das escrituras

 

Rodrygues & Carvalho

domingo, 11 de setembro de 2011

Como um Deus Justo Justifica o impio?

 

 

Todos os questionamentos surgem porque falta a compreensão de como se dá a justiça de Deus.  Como Deus justifica o ímpio ( Rm 3:26 ), se Ele mesmo afirmou que jamais justifica o ímpio ( Ex 23:7 ). Se é reto que a justiça condene o culpado, um juiz que absolve ou justifique o injusto não age injustamente?

Uma das inestimáveis doutrinas do Cristianismo é a justificação. Tal doutrina foi abordada pelo apóstolo Paulo quando escreveu aos cristãos em Roma, porém, é mal compreendida por muitos cristãos.

A incompreensão da doutrina da justificação é nítida desde os primeiros pais da igreja e, assim continuou no período da Idade Média.

Com o advento da reforma, muitos pensam que houve um retorno aos princípios do evangelho e, que daí por diante o conceito de justificação é o mesmo exposto pelos apóstolos. Grande equivoco!

Quanto ao sentido do termo traduzido por ‘justificar’ no Antigo Testamento, na sua maioria o erro decorre da conotação moral e ética que atribuem ao termo. Porém, a vertente mais perniciosa é aquela que vê no termo aspectos forense, como quando uma pessoa comparece perante um tribunal e é declarada judicialmente justa por ter uma vida coerente com as exigências legais, pois o sentido neotestamentário do termo “justificar” não guarda relação com a justiça dos tribunais, pois a justiça de Deus se dá através do seu poder.

O apóstolo Paulo é claro ao dizer que o evangelho de Cristo é poder de Deus para salvação de todo o que crê, pois no poder de Deus se descobre a justiça de Deus ( Rm 1:16 -17). Jesus ao curar um paralítico disse: "Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra poder de perdoar pecados (disse ao paralítico), a ti te digo: Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa" ( Lc 5:24 ). Ou seja, a justificação se dá pelo poder de Deus, sem qualquer referencia a um tribunal.

A justiça forense não justifica os réus, somente emitem uma sentença de que aquela pessoa é inocente ou culpada, o que é diferente de declarar alguém justo. Num tribunal verifica-se somente uma conduta isolada, ou seja, não se analisa a vida de quem é julgado, o que inviabiliza declarar alguém justo ou injusto.

Ao pensarmos em um tribunal divino, temos que considerar que tal tribunal foi estabelecido no Éden, quando Adão pecou. Naquele momento ele foi julgado e apenado com a morte, separação, alienação de Deus “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” ( Rm 5:18 ).

Naquele evento todos os homens pecaram. Naquele ‘tribunal’ toda a humanidade tornou-se destituída da glória de Deus ( Rm 3:23 ; 1Co 15:22 ). Como a pena emitida no ‘tribunal’ do Éden poderia ser aplicada a Cristo se a pena não pode passar da pessoa do transgressor? Como a justiça de Cristo pode ser atribuída por Deus aos culpados?

Naquele tribunal houve uma única sentença: condenação!

E como uma pessoa condenada pode ser declarada justa por Deus se a justificação bíblica não é forense?

Por causa destas indagações, muitos teólogos, ao especular sobre a natureza da justificação consideram que o homem justificado não se torna justo, antes só é declarado justo. Ou seja, embora não seja justo, Deus faz uma declaração e trata tal homem como se fosse justo, mas que na realidade não é justo. Está é a teoria predominante nos meios acadêmicos que se firmou desde a reforma com Lutero.

Para os acadêmicos, tornar justo e declarar justo são afirmações distintas, ao afirmar que Deus declara o homem justo sem torná-lo justo.

É possível Deus verdadeiro declarar uma mentira? Não é injusto tratar o injusto como se fosse justo?

Mesmo que se considere que ser declarado justo não possui relação direta com ser justo, não se pode ignorar que a declaração procede de Deus que, além de ser justo, vela sobre a sua palavra para cumprir e, a sua palavra jamais volta vazia. Se Deus declarar justo o homem que não é justo comete injustiça, assim como também se mostra impotente para cumprir sua palavra, que seria inócua.

Portanto, em conformidade com Antigo Testamento, justificar implica na certeza de que a pessoa é inocente e, depois, declarar o que de fato é a verdade: que a pessoa é isenta de culpa, justa, que se porta conforme a lei. Se isto era exigido dos tribunais humanos que se dirá de Deus? ( Dt 25:1 )

Na Reforma protestante, Lutero procurou reafirmar um sentido forense para o termo ‘justificação’, considerando que a ‘justificação’ seria um ‘direito legal’ de se ter comunhão com Deus. Ele apresentou esta proposta para fugir da afirmação de que a justificação seria uma justiça infundida no homem. Mas, de onde tal direito ‘legal’ surgiu para que o homem lançasse mão dele?

Todos os questionamentos surgem porque falta a compreensão de como se dá a justiça de Deus. Como Deus justifica o ímpio ( Rm 3:26 ), se Ele mesmo afirmou que jamais justifica o ímpio ( Ex 23:7 ). Se é reto que a justiça condene o culpado, um juiz que absolve ou justifique o injusto não age injustamente?

Millard J. Erickson, em sua Introdução à Teologia sistemática, define que a justificação é um ato forense de imputação da justiça de Cristo ao crente’, mas que ‘não é de fato uma infusão de santidade no indivíduo’. Ele arremata dizendo que ‘não é uma questão de tornar a pessoa justa ou de alterar a sua condição espiritual’ Erickson, Introdução a Teologia Sistemática, p. 409.

Neste mesmo sentido Scofield diz que ‘o pecador crente é justificado, isto é, tratado como justo (...) A justificação é um ato de reconhecimento divino e não significa tornar uma pessoa justa...’ Scofield, Bíblia de Scofield com referencias, Rm 3:28, p. 1147.

O Dr. Emery H. Bancroft diz que o método da justificação é divino e não humano, visto que o homem só pode justificar o inocente e Deus justifica o culpado, sendo que ‘ Deus justifica à base da misericórdia’ e o ‘homem justifica a base do mérito’. Por fim, ele alega que o homem precisa ser salvo do seu caráter, esquecendo-se que não foi o caráter que estabeleceu a alienação de Deus, mas o pecado. Bancroft, Teologia Elementar, p. 256.

Certo é que, quanto ao fundamento, a justificação tem por base a justiça de Cristo, pois o homem é incapaz de promover a sua justificação. Embora seja verdadeira a premissa de que Cristo se fez justiça para a humanidade, persiste a pergunta: como se processa a justiça de Deus ao justificar o injusto, sendo Ele absolutamente justo?

A resposta encontra-se no evangelho, ou seja, no poder de Deus.

A necessidade de justificação se deu a partir da queda de Adão. Com a desobediência de Adão o pecado entrou no mundo e a humanidade herdou uma natureza alienada de Deus, uma natureza separada e, consequentemente, toda a humanidade é injusta desde seu nascimento ( Sl 51:5 ; Sl 58:3 ; Gn 8:21 ).

A justiça é reta: a alma que pecar esta mesma morrerá ( Ez 18:20 ). De igual modo, a bíblia deixa claro que todos pecaram e foram destituídos de compartilhar da comunhão com Deus ( Rm 3:23 ). Neste sentido, todos devem ser assalariados com a morte, pois a pena não pode passar da pessoa do transgressor e Deus jamais declara o ímpio justo.

Embora Deus seja misericordioso, a sua justiça não tem por base a misericórdia, e sim o seu poder. Como a todos os homens está determinado morrerem uma só vez, vindo após isto o juízo de obras que se realizará diante do grande trono branco, juízo onde ninguém será justificado tendo em vista a condenação do Éden "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo..." ( Hb 9:27 ; Ap 20:12 -13 ), o evangelho é a providencia divina para que o homem seja apenado com Cristo, e não com o mundo.

Quando o homem crê em Cristo conforme o que as Escrituras dizem, naquele instante toma sobre si a própria cruz e segue após Cristo "E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim" ( Mt 10:38 ). Ao crer, o homem torna-se participante da carne e do sangue de Cristo, momento que lhe é comunicado as aflições, vitupérios e a morte de Cristo "Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte" ( Fl 3:10 ).

Quem crê sai juntamente com Cristo ao arraial e leva sobre si o vitupério de Cristo, pois é crucificado e morto juntamente com Cristo "Saiamos, pois, a ele fora do arraial, levando o seu vitupério" ( Hb 13:13 ). Quando o homem é morto com Cristo, Deus executa justiça e, consequentemente a sua palavra, pois a alma que pecar esta mesma morrerá, ou seja, a penalidade não passa da pessoa do transgressor, pois quem está morto está justificado do pecado.

Quando o homem crê em Cristo, ou seja, admite (confissão) que Ele é o Filho do Deus vivo, é porque também admitiu (confissão) que é pecador. Neste instante o homem é crucificado, morre e é sepultado com Cristo “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? De sorte quefomos sepultados com ele pelo batismo na morte” ( Rm 6:3 – 4).

Ou seja, a justiça exigida por Deus é estabelecida, pois a pena prevista não passa da pessoa do transgressor. Embora a morte física de Cristo tenha sido substitutiva, contudo a cruz, a morte e o sepultamento não o são, pois os que creem são participantes da circuncisão de Cristo, que é o despojar de toda a carne ( Cl 2:11 ).

Através da morte de Cristo, o homem culpado que surgiu através da semente de Adão é apenado com a morte, de sorte que Deus jamais justifica o ímpio. A alma que pecar, esta mesma morrerá e, através da morte com Cristo a determinação divina se concretiza. A ira divina requer juízo e a sua misericórdia não impede que esse juízo seja executado: o homem precisa morrer com Cristo.

É por isso que o apóstolo Paulo diz: "Porque aquele que está morto está justificado do pecado" ( Rm 6:7 ), pois o velho homem foi crucificado, morto e sepultado conforme merecia. O homem gerado segundo a semente corruptível de Adão jamais receberá de Deus a declaração de justo. Deus jamais justifica o ímpio, pois ao ímpio não há paz, antes espada, morte.

Demonstramos que Deus é justo, agora falta demonstrar como Ele é justificador dos que creem em Cristo"Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus" ( Rm 3:26 ).

Quando o pecador morre com Cristo Deus é justo, quando ressurge um novo homem dentre os mortos com Cristo pelo poder de Deus, Deus é justificador! Sem contradição alguma! Justo e justificador é o Senhor!

No momento que é criado um novo homem, Deus o declara justo, livre de culpa, pois o novo homem é criado em perfeita justiça e santidade ( Ef 4:24 ). A velha criatura jamais é declarada justa, mas aqueles que recebem poder para serem feitos filhos, estes Deus os declara justos.

Quando Deus olha o homem ressurreto com Cristo, não precisa olhar para Cristo para declará-lo justo, visto que ao olhar para o cristão Deus vê um dos seus filhos, gerado segundo a palavra da verdade. Deus só declara justos os nascidos de novo e, para os de novo nascidos, eis que tudo se fez novo.

Quando Deus anuncia que jamais justifica o ímpio, temos que considerar que Ele se refere ao homem gerado de Adão. Quando lemos o apóstolo Paulo afirmando que Deus justifica o ímpio temos um novo contexto, pois ele faz referencia a fé que o ímpio professa “Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” ( Rm 4:5 ).

A bíblia demonstra que Jesus ressurgiu para a nossa justificação "O qual por nossos pecados foi entregue, eressuscitou para nossa justificação" ( Rm 4:25 ), pois ao ressurgir com Cristo, o homem é criado justo e declarado justo, pois tal declaração implica em uma atestado divino de que a nova criatura em Cristo de fato foi criada em verdade e justiça , portanto, é justa.

Assim como o pecado de Adão foi imputado à humanidade por causa da semente corruptível, assim também a justiça de Cristo é imputada ao homem em decorrência da semente incorruptível, pois na regeneração os homens passam a ser participantes da natureza divina, sendo justos e perfeitos como o é o Pai celeste quando ressurgem dentre os mortos com Cristo ( Rm 1:4 ).

O meio pelo qual o homem se apropria da justificação é somente pela fé. Quando dizemos que é pela fé, não quero dizer com isso que é a crença do homem que opera tal obra, antes é a fé que havia de se manifestar, Cristo, o poder de Deus, o evangelho. Como já mencionamos. A  justificação se dá em decorrência do poder de Deus, ou seja, basta confiar no poder de Deus contido no evangelho "Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos" ( Cl 2:12 ).

É por isso que Jesus perdoou os pecados do paralitico com base no seu poder, visto que a justificação se dá através do poder que trás à luz o novo homem, e não conforme muitos apregoam, de que a justificação se dá através de princípios forenses "Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?" ( Rm 9:21 ).

O mesmo poder que foi manifesto em Cristo ressuscitando-o dentre os mortos é o poder que opera naqueles que creem na força do poder de Deus, que é o evangelho. Todos quantos já ressurgiram são de fato justificados, pois além de serem declarados justos, também foram feitos justos "E qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder, quemanifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus" ( Ef 1:19 -20 ; 1Co 1:18 e 24).

 

 

fonte: http://www.estudobiblico.org

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O pedido de Maria

Alguns leem o capítulo 2 do evangelho de João e tiram a seguinte conclusão: Maria pediu a Jesus para resolver o problema da falta de vinho, portanto tudo o que pedirmos a Maria ela pedirá ao seu filho e ele fará a vontade de sua mãe. Mas será que ela pede alguma coisa aqui? Não.
Maria apenas observa que o vinho acabou. Embora ela pudesse desejar que Jesus tomasse alguma providência, ela não pede isso explicitamente. Jesus, por sua vez, diz a Maria, “mulher, que tenho eu contigo?” A expressão “mulher” não é desrespeitosa, mas equivale a “senhora” ou “dona Maria”, como diríamos hoje. Já a expressão “que tenho eu contigo?” deixa claro que Maria não exerce qualquer influência sobre Jesus e seu ministério.
Em outra ocasião os discípulos avisam a Jesus que sua mãe e seus irmãos o buscam. Ele responde: “Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos?” E continua dizendo que “qualquer que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, este é meu irmão, e irmã e mãe”. Seu ministério não estava sujeito aos vínculos naturais de parentesco, mas exclusivamente à vontade de Deus Pai.
De todas as mulheres, Maria foi a escolhida para ter o Filho de Deus gerado em seu ventre pelo Espírito Santo. Sua missão não vai além disso e em momento algum você a encontra como mediadora entre os homens e Jesus. Qualquer informação sobre Maria que ultrapasse o que está escrito na Palavra de Deus é invenção humana.
No Novo Testamento há apenas umas vinte referências a Maria, enquanto o nome de Jesus aparece quase mil vezes. Este mesmo Jesus diz a você: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei”. Como alguém pode desprezar um convite assim e ousar ir a Maria ou a qualquer outro na hora da necessidade?
Não pense que eu esteja de algum modo desrespeitando a memória de Maria. Estou apenas dizendo para você se concentrar naquele que Deus, os profetas e apóstolos concentram sua atenção: Jesus. Você não encontra qualquer referência a Maria nas cartas dos apóstolos. Se existisse alguma doutrina importante relacionada a ela, você acha que Paulo e os outros apóstolos teriam deixado isso passar em branco?
Em nosso capítulo Maria apenas diz aos servos que façam tudo o que Jesus ordenar, e este sim é um conselho sábio. Maria foi salva por Jesus, o único sem pecado, faleceu e hoje está no céu, em espírito, aguardando a ressurreição com todos os que creram em Jesus em todas as épocas. Pedir algo a ela ou a qualquer outro falecido é invocar os mortos, algo que a Bíblia condena com veemência.
Você respeita e admira Maria? Então siga o conselho dela: olhe só para Jesus e faça tudo o que ele mandar.

 

Fonte: http://www.3minutos.net/2009/06/137-o-pedido-de-maria.html

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Biblia Catolica e Protestante

 

Um leitor de nosso blog,  catolico, no seu apologético, disse que os protestantes retiraram alguns livros das escrituras. A bíblia Catolica possue 72 livros aos passo que a protestante 66, por outro lado existem protestantes que afirmam que forma os catolicos que acerscentaram mais livros a bíblia.  Creio que já tratei desses assuntos em outras passagens, mas gostaria de falar dele uma vez mais.

Em primeiro lugar nos cristãos de hoje, somos a soma de dois mil anos de historia do Cristianismo, isso sem contar a herança hebraica tão presente no cristianismo, se assim o fizermos chegaremos facil ao cinco mil anos de historia. As doutrinarias das mais diferentes confissões estão a muito estabelecidas e é de muita valia um estudo da historia, junto com a teologia para compreensão dessas diferentes tradições.

 

 

  • A diferença não é meramente um desacordo entre católicos e protestantes. Os judeus morando na Palestina 2.000 anos atrás aceitaram, geralmente, 39 livros que foram escritos em hebraico (embora dividissem em 22 ou 24 livros). Para eles, as Escrituras terminaram com as histórias relatadas em Esdras e Neemias, aproximadamente 400 anos antes da vinda de Jesus. Uma tradução do Antigo Testamento foi feito no Egito no período entre os Testamentos. É conhecida como a Septuaginta ou pela abreviatura LXX; a mesma tradução é chamada de versão Alexandrina ou “cânon comprido” (porque inclui mais livros do que o Velho Testamento geralmente aceito na Palestina).

  • Os autores inspirados do Novo Testamento, porém, afirmaram que as Escrituras foram entregues à igreja, e não que foram produzidas pela igreja. A fé (a revelação de Deus) foi “...uma vez por todas entregue aos santos” (Judas 3). Pedro concorda: “Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadastodas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas...” (2 Pedro 1:3-4). A igreja de Deus não é a fonte da Bíblia, e sim o resultado dela.

  • Embora houvesse discussões durante os séculos posteriores sobre a autenticidade de alguns livros, as Escrituras já existiam e eram reconhecidas no primeiro século. Paulo disse: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3:16-17). Pedro incluiu as cartas de Paulo entre as Escrituras: “...e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada, ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles” (2 Pedro 3:15-16).

  • Os livros acrescentados na LXX e, posteriormente, nas Bíblias católicas, não são da mesma qualidade dos livros aceitos geralmente no Velho Testamento. Considere estas ilustrações:
    (a) A Edição Pastoral da Bíblia católica, publicada em 1990 pela Editora Paulus, trata alguns desses livros como novelas, descrevendo-os como ficção (528).
    (b) Livros como os dos Macabeus são muito interessantes, e fornecem informações valiosas em termos da História entre o Velho e o Novo Testamentos, mas claramente não alegam ser livros inspirados por Deus. 2 Macabeus 2:19-32 contém a explicação do autor, dizendo que tentava resumir informações de vários outros livros. Ele não alega ser inspirado por Deus.

  • Citações no Novo Testamento da versão grega (LXX) não são afirmações da autenticidade de todos os livros incluídos nela. É verdade que alguns cristãos do primeiro século usaram a versão grega. Este fato até serve para defender nosso uso de traduções na nossa própria língua. Alguns versículos no Novo Testamento são realmente parecidos com trechos dos livros deuterocanônicos. Mas uma citação não é um ato de aprovação de tudo que se inclui na mesma versão. Paulo citou poetas da Grécia (Atos 17:28) e um “profeta” de Creta (Tito 1:12), mas não afirmou a inspiração das obras deles. Judas repetiu uma frase falada por Enoque (Judas 14) e relatada num livro judaico com o nome do mesmo, mas não pediu a inclusão do livro inteiro no catálogo das Escrituras. Não devemos ficar surpresos ao encontrar possíveis citações dos livros deuterocanônicos no Novo Testamento. Ainda não é prova de sua inspiração.

  • Citações depois do Novo Testamento, também, não servem como provas da inspiração desses livros. Defensores dos deuterocanônicos, freqüentemente, referem-se a citações feitas nos primeiros dois ou três séculos da época cristã como provas da aceitação e inspiração destes livros. Se citações no Novo Testamento já não são provas de inspiração (como explicado acima), certamente não podemos nos basear em algumas citações de homens que escreveram no período pós-apostólico.

  • A própria Igreja Católica sempre considerava esses livros diferentes, e demorou para oficialmente incluí-los no seu catálogo de livros bíblicos. Alguns defensores de tradição católica fazem afirmações ousadas sobre a aceitação geral desses livros pelos cristãos primitivos. Para ser justos, devemos reconhecer que nem todos aceitaram esses livros. Houve acirrados debates sobre a validade dos deuterocanônicos já no segundo e terceiro séculos. No final do século IV, Agostinho defendeu esses livros e Jerônimo discordou. Mesmo não os considerando livros inspirados, este foi obrigado a incluir os deuterocanônicos na Vulgata, a sua tradução em latim. A boa parte desses livros duvidosos foi copiada de uma anterior versão (Ítala Antiga). A distinção entre os livros canônicos e esses outros, apresentados pelo valor para leitura, foi mantida até os meados do século XVI.

Por que tanta controvérsia? Por que a Igreja Católica oficialmente elevou esses livros ao nível de Escrituras mais de 1500 anos depois da morte de Jesus? Como devemos enxergar esses livros hoje? O nosso propósito é de entender a verdade revelada por Deus e aplicá-la em nossas vidas. Para isso, devemos abordar questões como essas com equilíbrio e justiça.

 

Origem do Termo Apocrifo:

Em suma, estes livros são aceitos pelos Católicos Romanos como canônicos, mas são rejeitados pelos Protestantes e judeus. No grego clássico, apocrypha significava “oculto” ou “difícil de entender”. Posteriormente, a palavra tomou o sentido de “esotérico” (algo que só os “iniciados” podem entender, não os “de fora”).
Nos tempos de Irene e Jerônimo (séc. III e IV d.C.), o termo apocrypha passou a ser aplicado aos livros não-canônicos do AT. Desde a Reforma Protestante, essa palavra tem sido usada para denotar os escritos judaicos não-canônicos originários do período intertestamentário (entre os dois Testamentos).

 

Contradições Teologicas dos Apocrifos quando Comparados a Teologia Geral das Escrituras.

TOBIAS – (200a.C.) – É uma história novelística sobre a bondade de Tobiel (pai de Tobias) e alguns milagres preparados pelo anjo Rafael.
Apresenta:
• Justificação pelas obras – 4.7-11;12.8
• Mediação dos santos – 12.12
• Superstições – 6.5, 7.9,19
• Um anjo engana Tobias e o ensina a mentir – 5.16-19
JUDITE – (150a.C.) – è uma história de uma heroína viúva e formosa que salva sua cidade enganando um general inimigo e decapitando-o. Grande heresia é a própria história onde os fins justificam os meios.
BARUQUE – (100a.C.) – Apresenta-se como sendo escrito por Baruque, o cronista do profeta Jeremias, numa exortação aos judeus quando da destruição de Jerusalém. Mas é de data muito posterior, quando da segunda destruição de Jerusalém, no pós-Cristo.
Traz, entre outras coisas, a intercessão pelos mortos – 3.4.
ECLESIÁSTICO – (180a.C.) – É muito semelhante ao livro de Provérbios, não fosse tantas heresias:
• Justificação pelas obras – 3.33,34
• Trato cruel aos escravos – 33.26 e 30; 42.1 e 5.
• Incentiva o ódio aos samaritanos – 50.27 e 28.
SABEDORIA DE SALOMÃO – (40a.C.) – Livro escrito com finalidade exclusiva de lutar contra a incredulidade e idolatria do epicurismo ( filosofia grega na era cristã).
Apresenta:
• O corpo como prisão da alma – 9.15
• A doutrina estranha sobre a origem e o destino da alma – 8.19 e 20
• Salvação pela sabedoria – 9.19
I MACABEUS – (100a.C.) – Descreve a história de três irmãos da família “Macabeus”, que no chamado período interbíblico (Entre o A.T. e N.T.) (400a.C. 3a.D) lutam contra inimigos dos judeus visando a preservação do seu povo e da sua terra.
II MACABEUS – (100a.C) – Não é a continuação de I Macabeus, mas um relato paralelo, cheio de lendas e prodígios de Judas Macabeu.
Apresenta:
• A oração pelos mortos – 12.44-46
• Culto e missa pelos mortos – 12.43
• O próprio autor não se julga inspirado – 15.38-40; 2.25-27
• Intercessão pelos santos – 7.28 e 15.14
Adições ao Livro de Daniel:
Capítulo 13 – A história de Suzana -
Segundo esta lenda, Daniel salva Suzana num julgamento fictício baseados em falsos testemunhos.
Capítulo 14 – bel e o Dragão –
Contem histórias sobre a necessidade da idolatria.
Capítulo 3.24-90 –
O cântico dos três jovens na fornalha.
Que os livros apócrifos, seja qual for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, não são canônicos, o que se comprova pelos seguintes fatos:
1. A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos.
2. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento.
3. A maior parte dos primeiros grandes pais da igreja rejeitou sua canonicidade.
4. Nenhum concílio (dic. - Assembléia de lideres religiosos que delibera, resolve sobre questões de doutrina ou disciplina eclesiásticas) da igreja os considerou canônicos senão no final do século IV.
5. Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata (versão Católica Romana) rejeitou fortemente os livros apócrifos.
6. Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, rejeitaram os livros apócrifos.
7. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras.
8. Os apócrifos não reivindicam ser proféticos.

Oferta e receber

  Moisés disse a toda a comunidade de Israel: ― Foi isto que o  Senhor  ordenou:  Separem dentre os seus bens uma oferta para o  Senhor . To...