É comum ouvirmos afirmação que Lutero retirou sete livros da Bíblia Catolica, é verdade também que com igual ignorancia muitos evangélicos insistem em dizer que os católicos incluiram livros na bíblia – Não é de hoje que a falta de conhecimento, associada a uma forte arrogância tem criado bolsões exclusivistas e segregado pessoas, nações e até mesmo membros da mesma família.
Já somamos mais de dois mil anos de cristianismo, sendo importantes em questões assim, e sem anacronismo, um estudo da história para uma melhor compreensão dos fatos.
Um fato importante é que a versão dos setenta que foi vertida para vulgata e assim traduzida no universo catolico, foi oficializada pelo catolicismo apenas no concilio de Trento que foi do ano de 1545 a 1577, sendo que a reforma protestante comecou a ocorrer pelo ano de 1517 – verdade é que em muitas passagens do novo testamento, é certo que muitas vezes no contexto do novo testamento os apostolos provavelmente podem ter citado algumas passagens da versão dos setentas, mas isso não significa que a usaram como escritura nos seus dias, nem muito menos que validaram os livros inteiros como inspirados, se assim fora, Paulo por exemplo cita passagens de filosofos, e nem por isso os seus escritos são tidos como canonicos.
Mas o importante até aqui é perceber que não foram nem os protestantes que tiraram ou colocaram livros, estas versões ja existiam antes do inicio do cristianismo, portanto dizer que este ou aquele grupo dentro da esfera do cristianismo tirou ou colocou certos livros é uma postura leviana e falta com a verdade.
Agora com relação a versão tida como inspirada pelos apostolos um fato importante é nota no novo testamento o uso das expressão “leis e os Profetas” sendo esta uma terminologia usada com referencia unicamente a bíblia hebraica, e não a versão da septuaginta! Jeronimo que traduziu a versão grega para o latim assim advertiu escrevendo a uma senhora com relação a educação de sua filha:
“Todos os livros apócrifos devem ser evitados; mas, se ela quiser alguma vez lê-los, . . . deve ser informada de que não são as obras dos autores por cujos nomes se distinguem, que eles contêm muitas falhas e que é uma tarefa que exige grande prudência, achar ouro no meio do barro.”
Entre os judeus estes livros não eram aceitos como canonicos porque teriam sido escritos quando ja se havia findado as revelações diretas e profecias do velho testamento, tendo também entre eles apenas um valor historico.
Melhor do que dizer sobre quem tirou e sobre quem colocou os livros na biblia cristã, é mais prudente analisar as questões doutrinárias e historicas que fizeram as versões judaica e grega, fossem preferida uma em vez da outra, também é importante perceber que a reforma preferiu o tradicional texto hebraico enquanto que a igreja catolica o grego. Porém para nós evangélicos, além da preferencia pelo texto judeu, existem uma quantidade significativa de contradições doutrinárias encontradas nestes livros que não estão em harmonia, coma doutrina geral encontrada nas escrituras vejamos:
- Tobias 05.1-9: Narração de anjos mentindo. Refutação: Is 68.8; Os 4.2
Tobias 02.9,10: Ensino de magia e superstição. Refutação: Tg 5.14-16
Tobias 6.6-8: Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Refutação: Mc 16.17, At 16.18 (Só o Nome de Jesus expulsa demônios).
Tobias 12,9 e 1Macabeus 3.30: Dar esmolas purifica o pecado. Refutação 1Pedro 1.18,19, Ap 22.14 (Só o sangue de Jesus purifica os pecados).
1Macabeus 1.15,16: Relato de assassinato no Templo e ainda esquartejaram o corpo: Refutação: Levitico 19,28; 20,3; Números 19,10 (Tias atos são abomináveis aos olhos de Deus)
1Mcabeus 6.16; 2Macabeus 1.16; 9,28: Antíoco morre de três maneiras. Como pode uma pessoa morrer tantas vezes assim? Refutação: Is 63,8; Mt 5,34
2Macabeus 2.24-31: O escritor assume que encontra dificuldfades para resumir o texto
2Macabeus 15,38: O escritor assume que o livro não serve para nada. " Se ficou boa e agradável, era o que eu queria, mas se ficou fraca e medíocre, é o que fui capaz de fazer".. Refutação II PEDRO 01,20: sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.
Tire suas própias conclusões:
Rodryguez e Carvalho